quarta-feira, 13 de maio de 2009

Poet du Jazz; 21 anos...


Há exatamente 21 anos, hoje, um dia depois da minha chegada ao mundo, despencava do seu apartamento em Amsterdam o Chet Baker.

Quando eu tinha uns 5 ou 6 anos, na coleção de cds do meu tio eu via um álbum com o rosto dele na capa, aquela cara de garoto, e lembro que quando ouvi a voz dele me pareceu que eu já havia ouvido aquela voz antes, e sempre que eu ouço parece que eu já ouvi aquela voz antes.

Chet Baker, assim como eu, ouvia muito Miles Davis, depois acabou influenciando muita gente, até mesmo a bossa nova brasileira. Ele tem uma canção, "I Fall in love too Easily", que lembra muito aquela música do Tom Jobim, "Triste" (Triste é viver na solidão... lembra?), ou aquela em que o João Gilberto canta a famosa frase do filósofo Pascal (O coração tem razões que a própria razão desconhece...). A música se chama "Aos pés da Cruz".

Ah... essa voz...

Chet empunhava o trompete como um símbolo fálico, essa é que é a verdade.

Tem aqueles versos do Roberto Piva: "eu vejo Brama sentado em flor de lótus/ Cristo roubando a caixa dos milagres/ Chet Baker ganindo na vitrola " (Visão de São Paulo à noite).

Tem um monte de coisa.

E eu só dividi o mundo com ele um só dia, entre 12 e 13 de Maio.

Era um cara que vivia pela heroína e pelo jazz, mais pela heroína que pelo jazz. Foi chamado, por conta da beleza, da suavidade da voz, daquele aroma tátil que saía do trompete, de "Poeta do Jazz". Chet Baker era um alquimista, a reencarnação de Rimbaud. Apolíneo e Dionisíaco.

Acontece que faz 21 anos que ele se desequilibrou, ou que foi empurrado, ou que se jogou, faz 21 anos que eu estou despencando daquela sacada, no seu apartamento, em Amsterdam.

11 comentários:

  1. Puts, que show meu velho, passo a lhe admirar um pouco mais (só um pouco, rsrsrs) agora, por de saber que você gosta de jazz. Onde você estava na palestra sobre bossa nova anos passado?
    Eu descobri a Bossa Nova depois do Jazz. Parabéns pelo blog!!!

    Denis Silva

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  2. Lucas, muito bom o texto e o som... Gostei!
    Bj,
    Poti

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  3. Fiquei besta besta besta com a forma tão incrivelmente bonita que você escreve. E me deu agora uma vontade grande de ouvir melhor Chet Baker.

    Eduardo Araújo

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  4. opa, descobri seu blog por causa de um comentário no do eduardo. seu primeiro post já é muito bacana. chat baker é o cara. miles davis o máximo! abraços. lucas

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  5. Ei, estamos todos blogados. Vou imdicar seu blog no meu.
    Visite-me tb:
    www.letraspoesias.blogspot.com
    Bjs
    Paulinha

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  6. Lindo texto! Viva a poesia! Seja ela qual for, a poesia do poema, a poesia da voz, a poesia do trompete, a poesia do blog... poesia!

    Beijos,
    Julia

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  7. Meu querido Paco, sensacional o texto.

    Não conheço muito do Chet Baker não, até porque no eixo Blues-Jazz ainda sou mais blueseiro. De qualquer maneira, vou procurar coisas do Chet sem dúvida... além disso, Miles Davis é sensacional por si só e, se ele ouvia ao Baker, vale ouvir também.

    Grande abraço. E passa lá no meu pseudo-blog (pseudo porque ando escrevendo tanto quando eu ia às aulas da Carla na faculdade): http://heteronimia.ramos.mus.br

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  8. Fala aí, Skywalker!

    ... E eu que não conheço quase nada de jazz, hein? Rsrsrs

    Mas já tenho motivo pra me empenhar um pouco mais.

    Um abraço, cara!

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  9. Do jeito que você escreve dá a impressão de que vocês deveriam se esbarrar em alguma das esquinas desta vida! Eu senti isso.

    beijão
    da Carol

    www.tricoteira.blogspot.com

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  10. Lucas, parabéns pelo texto. Gosto muito de materiais que apresentam a informação a aprtir da relação do autor com o tema!

    Linkei seu blog lá no meu!

    Abraço,

    Igor

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