terça-feira, 16 de março de 2010

Oh, Glória.

Foi um fenômeno dos anos 90, os tais dos Atletas de Cristo. Agradecer nas entrevistas a Deus, que calibrou meu pé pra pôr a bola na rede do adversário. Como se Deus jogasse só pra um lado. Às vezes a curva da bola foi um sopro divino.

Hoje, nas mesas redondas esportivas, o Roberto Brum diz que Deus está com ele, discurso que deixa subjacente a sentença de que com Luxemburgo estaria o Torto, o Coisa-ruim, o Xu, do qual o referido treinador (hoje no Atlético-MG) faria papel de representente comercial.

Kaká, ao comemorar seus gols, ergue as duas mãos ao céu, abre um angelical sorriso, transfere toda a habilidade humana, todo seu talento, à graça de uma força maior, que guia seus passos, seus passes. Ulisses conseguiu lá seus feitos heróicos, depois desafiou os deuses. Kaká devolve a Ele, como em oferenda, a gratidão por qualquer feito dentro de campo.

Eu, parcial redator e aficionado por futebol, fico com a comemoração profana, dionisíaca, aquela do craque Neto. Que, ao acertar chutaços homéricos do meio da Grécia para o ângulo reto do arqueiro, batia com a mão fechada no peito e dizia: "Eu sou F***!"

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