Não entram elementos do acaso: o bastante para me fazer desgostar do xadrez.
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"O exagero, o hiperbolismo, a profusão, o excesso são, segundo opinião geral, os característicos mais marcantes do estilo grotesco"
Rogério Skylab nasceu em 1968 (ou 58, sei lá), no Rio de Janeiro. Iniciou sua carreira musical em 1992, e desde então, vem compondo canções que mesclam a cultura trash ao rock decadente. O humor e o nonsense sempre fizeram parte das composições de Skylab, aliado à sua excêntrica performance de palco. Ele começou a ficar famoso após ir sucessivas vezes ao Programa do Jô, e ao se tornar, cada vez mais, um nome circulante em sites de relacionamento e downloads na internet. O cantor e compositor costuma vender seus CD's independentes em bancas de jornal e a fazer shows em lugares inóspitos dos grandes centros urbanos para levar a sua não-mensagem a quem não tiver nada melhor a fazer e resolver ir a seu show. O som de Skylab remonta à cultura trash brasileira dos anos 80 com pitadas de ultra-romantismo bem-humorado e, na maioria das vezes, escatológico. A frequência dos temas relativos à cultura de massa, aos programas televisivos e aos dramas de classe-média o tornam uma celebridade anti-cult, que não faz a mínima questão de esconder uma personalidade sequelada por indícios de alienação mental (loucura), mesmo que, às vezes, isso pareça teatro puro. Como tradutor da cultura da grande mídia e das grandes celebridades, esta personalidade psico-neurótica de Skylab também pode ser vista como falsidade, porém sem querer ser levado à sério como o Projac quer, muito até pelo contrário. O escatologismo e o grotesco nas canções Skylabianas são alegorias da liberdade para se pensar, cantar e dizer a merda que bem quisermos, libertando-nos de qualquer comedimento moralista; talvez por isso Skylab atraia tanto o público jovem, saudosista do kitsch dos anos 80 brasileiro (de ursinho blau-blau, Palhaço Bozo, o yin-yang de Xuxa com Pelé e afins). Remontando aos textos de Rabelais, podemos defender que o cocô liberta de muita coisa, entre outras, da prisão de ventre. Canções como 'Carrocinha de cachorro-quente', 'Você é feia', 'Cu e boca', mostram nossos recalques, que achamos que não faz sentido e que deve ser rapidamente apagado da cabeça, de tão feio que é (imagina, dizer que cu e boca é tudo a mesma coisa...).
[o site dele: clique
e aqui, um vídeo dele cantando & encenando]
Separei para vocês duas entradas do meu dicionário:
Alefabeto – sm. 1. pessoa que sofre de Alefabetismo, ou Literacia (q.v. Literacia). 2. Diz-se da pessoa que esquece com frequência o nome das coisas, e que se comunica valendo-se excessivamente dos termos "negócio" e "coisa".
Literacia – sf. 1. primeiro estágio do Mal de Aspargos, onde se dá o esquecimento da denominação de objetos e sentimentos. 2. perda da memória linguística, agramaticalismo progressivo.
rolou uma identificação?
[abaixo, um nanquim sobre papel + Photoshop de minha autoria]